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Deus é Um



Devemos saber que o Deus Supremo é indivisível. Ele é o mesmo Deus para os cristãos, muçulmanos, hindus e para todos os demais. Não existe um “Deus” diferente para cada um deles. Ele é o mesmo Deus. Assim como existe um único Sol que ilumina toda a Terra, existe um único Deus para toda a criação. Como Deus poderia ser dividido? Existe apenas um Deus, mas Ele pode ser compreendido de diferentes maneiras, de acordo com o sentimento que cada devoto nutre em relação a Ele.


De acordo com os Vedas, Krishna é a Suprema Personalidade de Deus, mas também Se apresenta como Rama, Narasimha, Jagannatha, Narayana etc. Entretanto, estas expansões de Krishna não dividem a posição de Deus com Ele. Ao contrário, elas são classificadas hierarquicamente de acordo com a potência exibida por cada uma delas e pelo nível de relacionamento que mantém com Seus respectivos devotos. 


“Todos os avataras mencionados são porções plenárias ou porções das porções plenárias da Suprema Personalidade de Deus. Somente Sri Krishna é o próprio Deus.” (Srimad-Bhagavatam 1.3.28)


É comum pensar que a teologia védica é politeísta, mas na verdade não é. Os Vedas falam em apenas um Deus - advaya para-tattva jñana - que assim como um rei, possui uma rainha e um reino com diversos ministros, generais e servos. Do mesmo modo, Krishna – a Suprema Personalidade de Deus – possui múltiplas energias e representantes, tais como Suas consortes, avataras e semideuses. Não existem vários deuses supremos. O Deus Supremo é Krishna. Às vezes, Ele se manifesta neste mundo pessoalmente ou envia Seus associados eternos para distribuir conhecimento puro e misericórdia. Todas as escrituras védicas declararam unanimemente que Krishna é a Suprema Verdade Absoluta. Em outras palavras, Krishna é a Suprema Personalidade de Deus, como declarou o líder dos semi deuses, Brahmá, no verso abaixo: 


“Sri Krishna, conhecido como Govinda, é a personificação da eternidade, consciência e bem-aventurança absolutas. Ele é a Suprema Personalidade de Deus, o Controlador Supremo. É o não nascido que dá origem a toda a existência e é a causa de todas as causas.”  (Sri Brahma-samhita 5.1)


“O Ser Supremo é único. Ele é puro, espiritual e autorefulgente. É o reservatório de todas as boas qualidades e é onipresente. Ele não possui nenhuma influência material e é onisciente. Ele é transcendentalmente distinto de qualquer ser vivo.” (Srimad-Bhagavatam 4.20.7)


De acordo com este verso, Deus é transcendentalmente distinto de qualquer ser vivo, ou seja, por mais que nosso desejo infantil de querer se igualar a Ele nos mova nessa direção, jamais deixaremos de ser uma partícula minúscula de consciência. É muito comum pessoas afirmarem que: “Eu e Deus somos um”, “Todos somos Deus”, “Sou o eu da palavra Deus”, “Eu Sou” etc. Declarações como estas não poderiam ser mais descabidas e absurdas.


Aqueles que declaram ser Deus, mas continuam incapazes de resolver os menores problemas da vida, são como crianças brincando de ser rei dentro do próprio quarto. Afinal, qual seria a intenção de Deus ao tornar-Se cada um de nós? Se Deus quisesse tornar-Se um ser tão limitado quanto nós, então esse não seria digno de adoração. Não parece sensato pensar que Deus Se manifeste neste mundo como cada um de nós, simplesmente para viver diferentes tipos de misérias e conflitos materiais. 


O ser humano está submerso na mais escura e deprimente condição de vida e ainda se acha no direito de dizer que é Deus. Se fôssemos Deus, não haveria necessidade alguma de passarmos por tanto sofrimento e dúvidas acerca de nossa própria existência. Errar deixaria de ser humano e passaria a ser divino. Mas até onde se sabe, Deus não erra. Ser perfeito é uma condição indissociável de Deus. Além disso, os Vedas revelam que Deus não possui barba ou cabelos brancos. Nem Krishna, nem Rama, nem nenhum avatar teve barba e cabelos brancos.


Há ainda outros que desejam se fundir em Deus e tornar-se uno com Ele. No entanto, no Bhagavad-gita, Krishna declara que a alma é eterna e imutável e, portanto, nunca perde sua individualidade. Ela não pode ser destruída, nem se tornar algo diferente de sua própria natureza constitucional e eterna. Do mesmo modo, Deus também já possui Sua existência eterna e imutável, independente da manifestação deste mundo material e da existência de inúmeras almas. Ele é e sempre será perfeito, completo e único, independente dos delírios megalomaníacos do ser humano.

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